1ª Coríntios 11. 1-16

1ª carta de Saulo a igreja na cidade de Corinto.

Essa carta foi escrita pelo apóstolo Saulo, aproximadamente no ano de 55 d.C, quando este se encontrava na cidade de Eféso em sua terceira viagem missionária (At. 19.1 e 20.1).

Saulo escreveu mais 02 cartas aos coríntios, a primeira se perdeu (cf 1ª Co 5. 9-13). A segunda carta que ele escreveu, é a que para nós é a primeira. A terceira carta de Paulo a Igreja em Corinto, é conhecida pela carta das lágrimas, em decorrência da mesma ter sido escrita em meio a um período, que alguns judaizantes influenciaram a alguns a serem contra os ensinos do apóstolo Saulo (cf At 19.23-41), esta também encontra-se perdida. Enquanto estava na cidade de Éfeso, Saulo recebeu uma delegação composta por Fortunato, Acaico e Estefanes, que lhes trouxe uma carta composta de muitas perguntas e dúvidas, feitas pela comunidade coríntia, que pediam esclarecimentos sobre vários assuntos (cf 1ª Co 16.17). Com pouco tempo antes, Saulo foi informado, pelos da casa de Cloé (cf. 1ª Co 1.11), sobre desordens e divisões na comunidade, sendo nessa situação, escrevera a 4ª carta que para nós é a segunda. Nesta carta Saulo comenta os problemas da comunidade e responde a carta recebida.

A 1ª carta aos coríntios é mais uma carta de aconselhamento, pois ele já havia ouvido falar de várias dissenções que ocorria na igreja que estava na cidade de Corinto. Preocupado com o andamento da igreja, Saulo escreveu aos seguidores do caminho, aconselhando-os sobre inúmeros aspectos, dentre os quais iremos dissecar nesta poucas linhas, sobre o capítulo 11, alguns versículos, onde tiraremos algumas dúvidas que vez ou outra ouço de pessoas a me perguntarem.

Analisemos principalmente o fator histórico que aquela cidade tinha, quais os costumes, ritos e práticas, para podermos assim, vir a falar sobre determinado assunto.

11.1 - Tornem-se meus imitadores, como eu sou de Cristo.
Aqui estar o primeiro conselho de Saulo, pois iremos ver mais adiante o porquê desta frase no primeiro versículo. Pelo pronome verbal tornem-se, vemos que alguns não tinham a postura de um seguidor de Cristo e aqui, Saulo pede-os que o vejam como modelo, e o imitassem na busca incessante do conhecimento das escrituras (Fp 1.9), na obediência (Rm 1.5), no amor ao próximo (1ª Ts 3.12), assim como Gunnar Vingreen e Daniel Berg serviu de modelos para muitos.

11.2 - Eu os elogio, por se lembrarem de mim em tudo, e por se apegarem as tradições exatamente como eu as transmiti a vocês.
Saulo elogia aos corintios, por eles se lembrarem do apóstolo em tudo, mas veremos que nem tudo eles obedeciam, pois esta carta expõe algumas faltas que os corintios tinham, e que Saulo os aconselhou através desta carta.

11.3 - Quero, porém, que entendam que o cabeça de todo homem é Cristo, e o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus.
Podemos ver que antes de Saulo começar a expor as faltas que os coríntios estavam cometendo, ele limita um princípio: "O Princípio de Autoridade". Sabemos que toda a hierarquia tem o primeiro, como princípio. A hierarquia aqui é D-US, Cristo, homem e mulher. D-US e JESUS CRISTO são iguais em unidade, porém, há subordinação em determinadas funções, assim como, homem e mulher, são iguais espiritualmente, mas em suas funções, um há subordinação ao outro. Esta particularidade refere-se quanto a igreja. Não obstante, esta hierarquia também se aplica ao lar, tanto dos cristãos como aos do não cristãos.
Neste texto a palavra cabeça estar sendo utilizada como "autoridade", pois a cabeça é autoridade do corpo.
Vemos que acima do homem, é Cristo; acima da mulher o homem; acima de Cristo (como homem) em função humana, é D-US.

11.4 - Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta, desonra a sua cabeça;
Saulo admoesta que, se homem estiver com a cabeça coberta, falta com o respeito ao Senhor, pois, Cristo é a autoridade de todo o homem. Há uma versão que diz que tem algo pendente na sua cabeça, mas a versão alemã padrão (LUTHERISCHES VERLAGSHAUS, Berlim 1963) diz cabeça coberta.

11.5 - E toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua cabeça; pois é como se tivesse rapada.
 Da mesma forma que o homem cobrindo sua cabeça falta com respeito a CRISTO, a mulher NÃO A COBRINDO, falta com respeito ao homem. Estar com a cabeça rapada, era símbolo de vergonha (cf Jr 48.37) ou fim do cumprimento de voto de NAZIREADO (determinado tempo para se separar ao SENHOR. cf Nm 6.1-21).

11.6 - Se a mulher não cobre a cabeça, deve também cortar o seu cabelo. Se, porém, é vergonhoso para a mulher ter o cabelo cortado (ou rapado), ela deve cobrir a cabeça.
Vejam que este versículo Saulo deixa claro que se a mulher não quer autoridade acima dela, que também se tosquie, ou seja, rape a sua cabeça, porém se é desonroso, a ela ter a cabeça rapada, deve  aceitar ser submissa. Sendo assim, usando o véu sobre sua cabeça. Aqui podemos entender que ao rapar a cabeça à mulher torna-se insubmissa, é como se ela dissesse, homem não manda em mim, quem manda em mim sou eu, distorcendo os ensinamentos de Saulo (v. 3). 

11.7 - O homem não deve cobrir a cabeça, visto que ele é a imagem da glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem.
Há versões que diz: o homem não deve ter o cabelo crescido. Saulo adverte ao homem mostrar sua autoridade, pois, ele foi feito a imagem de D-US conforme sua semelhança. Sendo assim, D-US fez o homem para sua glória, e a mulher para glória do homem.

11.8 - pois o homem não se originou da mulher, mas a mulher do homem;
Este versículo Saulo enfatiza que a mulher veio do homem. Vemos nos primeiros capítulos desta epístola, que o apóstolo estava muito preocupado com a igreja que lá estava contida, pois naquele tempo a cidade vinha passando por um fase política de exaltação ao feminismo, em decorrência do templo da deusa  grega Afrodite que era naquela região.

Deusa grega do amor, da beleza e da sexualidade
Afrodite - Deusa grega do amor, sexualidade e beleza

11.9 - Além disso, o homem não foi criado por conta da mulher, mas sim a mulher criada por conta do homem.
Quando D-US formou o homem do pó da terra viu que ele não ficaria bem solitário, pois cuidava ele de tudo sozinho; então fez o ETERNO cair Adão em sono profundo, retirou-lhe uma de suas costelas e formou a mulher. O homem disse: esta é osso dos meus ossos, carne de minha carne, por isso se chamará mulher, por que do homem foi tirada (Gn 2.7, 21 e 23). Aqui neste versículo Saulo faz exatamente os coríntios lembrarem a criação, que a mulher foi criada pra o homem, pra ajudá-lo, ser sua companheira e dijuntora, o auxiliando em tudo quanto fizesse.

11.10 - Por essa razão e por causa dos anjos, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade.
Veja o que diz o versículo: por essa razão (ou seja, o versículo seguinte é a complementação do anterior. Pela razão da mulher ter sido criada por causa do homem), e por causa dos anjos (seres submissos a autoridade de D-US), a mulher deve ter um sinal de submissão a autoridade masculina que é a cabeça (cf v. 3).


Ser submissa não é Que a mulher nada possa fazer;
Ser submissa não é Não deixá-la tomar iniciativa;
Ser submissa não é Ser humilhada diante de outrem;
Ser submissa não é Ser capacho de homem;
Ser submissa não é Ser desmoralizada, escrava do homem. 
Ser submissa é reconhecer que existe uma autoridade acima de você.


SUBMISSÃO: Ato de se submeter; obediência voluntária; sujeição; humildade.

11.11 - No Senhor, Todavia, a mulher não é independente do homem, nem o homem independente da mulher.
No Senhor, ou seja, aos olhos do criador, como criaturas feitas de suas mãos, Saulo adverte que nem o homem veio ao mundo para viver só, nem tampouco a mulher. Um é companheiro do outro. Um existe por conta do outro. Para que haja vida embrionária, é necessário que haja um esperma e um óvulo para que assim fecundem-se, sendo assim, um depende do outro, pois se dois espermatozoides se chocarem, não haverá fecundação, assim como dois óvulos chocando-se, não haverá vida embrionária.

11.12 -  Por que, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus.
Mais uma vez Saulo faz referência a criação citada em Gênesis 2, que a mulher veio do homem e ainda fala também que biologicamente o homem provém da mulher em fase gestacional, exemplo de Caim e Abel, dois homens que vieram da mulher sua mãe Eva. E ambos provêm de D-US, pois foi ele quem soprou o fôlego de vida nas narinas do homem (cf Gn 2.7).

11.13 - Julguem entre vocês mesmos: é apropriado a uma mulher orar a Deus tendo a sua cabeça descoberta?
Creio que a partir daqui já esteja esclarecido o que significa a cabeça descoberta. Veja que Saulo pergunta se é apropriado, outras versões diz conveniente, descente, honroso que a mulher ore a D-us sem ter a sua cabeça o véu. Lembremos, o véu era sinal de submissão, portanto, Saulo pergunta que se uma mulher que é insubmissa ao homem que é a cabeça, como pode orar a D-US? Ou seja, ela se diz submissa ao homem, mas se o homem a pedir algo, ela o responde: - Você não manda em mim. Como uma pessoa em ato de rebeldia, espera ter suas orações respondidas? Vale-se salientar, tem casos e casos.

11.14 - Ou não vos ensina a natureza, que é desonra ao homem ter cabelo crescido,
Enquanto ao versículo anterior Saulo repreende a mulher, neste Saulo repreende ao homem. Sabemos que existem homens que não tem autoridade, para nada (não estou dizendo que o homem deva ser rude, aspero com a mulher, fazê-la de capacho), é como se fosse um ser morto dentro de uma roupa, não tem atitude para nada, em nada se toma iniciativa, espera tudo que a mulher quem resolva, é deste tipo de homem que Saulo estar falando, homens insubmissos que fazem com que suas esposas tome e assuma a posição que a ele foi confiada por D-US (Gn 3. 17c-20; Pv 16.26; 21.25...).

11. 15 - e que o cabelo comprido é uma glória para a mulher? Pois o cabelo comprido foi lhe dado em lugar de véu.
Como citei no versículo 7, que a glória do homem estar na mulher, pois o homem ficará feliz, vendo que a mulher é sua ajudadora, auxiliadora. Assim como o homem trabalha para trazer o mantimento pra seu lar, assim a mulher ajudando-o, construirão ambos um lar abençoado, próspero, pois não quebraram o princípio de autoridade instituído por D-US. Se o véu foi dado por D-US, o criador da mulher em forma de cabelo, também não significa dizer que o cabelo físico deva-se deixar crescer a arrastar-se pelo chão, NÃO, aí também será o exagero. Tudo em exagero... torna-se prejudicial.


11.16 - Mas se alguém quiser fazer polêmica a esse respeito, nós não temos esse costume, nem as igrejas de Deus.
Aqui o apóstolo deixa bem claro que, quem quiser ser contencioso, contrário, discutidor, contestador, sobre a autoridade masculina imposta por D-US, e sobre a submissão da mulher em reconhecimento a autoridade masculina imposta por D-US, por intermédio visível do véu (cabelo), ele e os que estão em Éfeso, não tinha essa prática habitual (o costume da desobediência), nem as igrejas por onde ele havia passado como era chamadas de igrejas de D-US.

CONSIDERAÇÕES

Os versos 14, 15 e 16, vemos o Apóstolo Saulo expondo o PRINCÍPIO DE AUTORIDADE, usa como exemplo o cabelo, que para aquela época e para ele que era judeu, seria a forma mais compreensível para que os coríntios entendessem. É deixado bem claro que o cabelo crescido, é sinal de submissão, como podemos ver que durante o voto de nazireado, não se passa navalha sobre a cabeça, deixando o cabelo estender-se (cf Nm 6. 5, 7-9, 11, 18-20) como sinal de SUBMISSÃO. Ao que tudo indica, segundo a história, Saulo quando escrevera esta carta, estava em um voto de nazireado, por isso ele se utilizou desta linguagem.
Alguns segmentos religiosos aplicam certos ensinamentos na parte literal quando são para defenderem seus caprichos (exemplo acima), porém , quando são para atacar outros segmentos, aí se utilizam da história, de metáforas, da linguagem utilizada daquela época, argumentando que o outro é que estar errado.
No capítulo seguinte, o 12 desta mesma carta, Saulo admoesta exatamente isso. Todos nós (todas as denominações) formamos um só corpo (corpo de aceitação do messias, a saber, JESUS), 1ª Co 12. 12-31.




BIBLIOGRAFIA

  • Veloso, João Paulo. Estudo sobre as cartas de Paulo. Prof. Padre Sebastião Bezerra. Paulo e a Igreja em Conrinto.


Bíblia Almeida Revista e Corrigida (ARC)
Bíblia Almeida Corrigida e Revista Fiel (ACRF)
Bíblia Almeida Revisada Imprensa Bíblica (ARIB)
Bíblias Ave maria e Jerusalém - Versão Católica (VC)
Bíblia Nova Versão Internacional (NVI)
Bíblia Sociedade Bíblica Britânica (SBB)
Bíblia Vida (BV)

USOS, COSTUMES E DOUTRINA

É comum pessoas me perguntarem se é certo, se é bíblico, se é invenção humana, se é ordem divina, essas proibições existentes dentro das igrejas.

O que iremos descrever, não será no intuito de advogar, tampouco condenar tais práticas, mas expor o lado histórico, pois, alguns pastores ou líderes religiosos impõem tais métodos e não explicam, apenas querem que seus subordinados ou liderados, as executem como sendo verdades absolutas. Iremos aqui descrever algumas, das que são mais populares dentro das igrejas cristãs, não todas, pois, são muitas.

O que é uso?
Podemos definir como prática local; costume habitual; emprego frequente; prática consagrada e constante.

O que é costume?
Segundo o dicionarista Adriano da Gama Kury, define como prática habitual; característica; modo de proceder; particularidade, prática jurídica ou religiosa não escrita, baseada na moda ou no uso; traje característico. O dicionário Aurélio define como uso; pratica geralmente observada; hábito.

O que é doutrina?
É o conjunto de princípios que serve de base a um sistema religioso, político, filosófico, militar, pedagógico entre outros. No grego a palavra que mais se aproxima é didache (Διδαχή) que significa ensino, instrução.

Nesta feita podemos discernir que usos e costumes é a prática frequente, que quando observada por uma sociedade, tem sua conduta, baseada no hábito.

Assim podemos aplicar no lado religioso, judaico ou cristão que, doutrina é todo o ensinamento vindo da parte do ETERNO por meio de sua escritura, que nos ensina, corrige e instrui, para que venhamos ser cidadãos exemplares, para uma sociedade que a cada dia que se passa estar ficando mais distante de D-US. 
''Vale salientar que usos e costumes não é doutrina. Também não é heresia, porém, torna-se ensino herético quando atribui sua prática à salvação''.

Os principais líderes religiosos protestantes tinham um zelo extremo pela sua conduta, uma vida totalmente de fervor, rendida a D-US, que os levaram a costumes e usos rigorosos, mantendo-os em uma disciplina constante, que fez com que seus liderados o tivessem como modelos a serem seguidos.

Ao passar do tempo, vemos que tais práticas começaram a ser incorporadas no movimento como se fosse doutrina bíblica, saindo...
...de tradição para convenção;
...da prática popular para estatutos;
...da cultura oral, para tópicos de ensinamento de conduta cristã evangélica
,

fazendo com que...

...o que dantes era espontâneo passasse a ser normativo;
...o que era pessoal, passasse a ser coletivo;
...e o que era culto particular, viesse a ser costume denominacional
.
Deixarei aqui bem claro, que a prática dos usos e costumes denominacionais, não são errados, porém, estes não conduzem ninguém ao inferno ou ao céu, por não terem valor salvífico. O próprio Apóstolo Saulo escreveu em sua carta a igreja de Colossos no capítulo 2:

20 - Já que vocês morreram com cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras tais como:
21 - "não toque", "não manuseie", "não prove"?
22 - Todas essa coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos.
23 - Essa regras, têm de fato aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não tem valor algum para refrear os impulsos da carne.

Há algumas passagens bíblicas, que contêm algumas citações que repreende de certa forma o uso de jóias.  Infelizmente não se analisando o texto que contém tais prerrogativas, faz com que pareça ser errado, mas temos que antes de tudo examinar. O Teólogo Saulo repreendia a igreja em Colossos pelo exagero, pois tais costumes naquela época passariam, não diferentemente de hoje. Alguns seguidores evangélicos, infelizmente ainda alude santidade à vestimenta. 


"Se um indivíduo estiver de bermuda, com uma corrente no pescoço, uma pulseira no braço, estar desviado; Se uma irmã estiver usando brincos, batom, cordões em seu pescoço ou até mesmo praticando uma simples atividade física, tipo caminhada com uma roupa adequada, é por que estar em pecado ou querendo se expor para os homens."
Como sempre diz o Pr. Silas Malafaia(Pastor Presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo):
- Entregamos por muitas vezes, coisas ao diabo, quando na realidade, apenas duas a Bíblia atribui a ele, que é o pecado e a mentira. 

Reflitam comigo:

  • Quantos irmãos e irmãs não foram disciplinados ou excluídos por terem uma TV em casa?
  • Quantos irmãos e irmãs não foram disciplinados ou excluídos por usarem uma Bijuteria?
  • Quantas irmãs não foram disciplinadas ou excluídas  por cortarem ou apararem seus cabelos, ou terem praticado higienização corporal tais como a depilação?
  • Quantos irmãos não foram disciplinados ou excluídos por deixarem os seus cabelos um pouco alongados, ou usarem cavanhaque ou barba?
  • Quantos irmãos e irmãs não foram disciplinados ou excluídos por terem ido à praia, ou ao cinema?
  • Quantos irmãos não foram disciplinados ou excluídos por usarem uma bermuda, uma camiseta, ou irmãs por usarem uma calça comprida, um diadema, um batom?
  • Quantos irmãos ou irmãos não foram disciplinados ou excluídos por praticarem alguma atividade física, tipo futebol, ginástica, natação?
  • Quantos irmãos ou irmãs, foram mal interpretados por fazer um curso teológico, e foram desprezados e até proibidos de pregarem?
Muitas vezes durante minha infância, escutei irmãos dizendo que foram arrebatados em espírito (segundo eles), e que D-US os havia levados aos céus, e depois ao inferno, e lá (no inferno) viram muitos diademas, cabelos, brincos, jóias, e para minha tristeza, cheguei a ver irmãos numa euforia bradarem:
"- É de D-US, fala mais Jesus", enquanto que os que aderiam as tais práticas, eram submetidos a exposição do ridículo.
Escutei também que quando uma pessoa iria pra uma sala de aula, efetuar um curso teológico, este se desviaria, pois quem fazia Tia Luzia (curso de teologia) ou viraria ateu ou se desviava.
O que era mais doloroso, era que quando estes indivíduos estavam disciplinados, eram semelhantes aos leprosos, eram desprezados, e os que estavam na dita comunhão com a igreja, não cumprimentavam a estes até que suas disciplinas terminasse. E hoje será que é diferente?
Pela suma misericórdia do ETERNO, algumas dessas coisas estão mudando. Alguns pastores estão abrindo os olhos espirituais e vendo que alguns ensinamentos, ultrapassam o que diz a Bíblia (único manual de fé e prática cristã). 

COMO SURGIU AS PRÁTICAS E PROIBIÇÕES DOS USOS E COSTUMES

Como descrevi acima, essas práticas surgiram por observação dos liderados aos seus líderes. Os missionários Gunnar Vingreen e Daniel Berg eram suecos, logo, o país dos quais os missionários vieram, é uma país frio onde suas vestimentas são mais alongadas e grossas para poder aquecer e proteger o corpo do frio intenso. Ao chegar ao Brasil, viram que se tratava de uma terra tropical, quente, e que o sol castigaria assim suas peles brancas. Estes homens passaram a usar roupas compridas de tecidos leves para proteção, devido a exposição direta ao sol.

Daniel Berg e Gunnar Vingreen - Fundadores da
Assembleia de Deus no Brasil em Belém / PA
No fim do século XIX, houve um movimento estadunidense conhecido como movimento de temperança, que nada mais era do que, a abstinência do álcool. Você deve estar se perguntando: o que tem haver o álcool com os evangélicos?
Jonh Wesley, Pastor fundador da Igreja Metodista, uma das mais antigas igrejas protestantes, foi um dos que mais pregou a favor do movimento anti-álcool, onde pregava que a única cura para quem bebia era a abstinência. Apesar da adesão de alguns pregadores, o movimento perdeu força durante a guerra de sucessão, que mais tarde ressurgiu por meio da UNIÃO FEMINISTA PELA TEMPERANÇA CRISTÃ, e foi tão bem sucedido, que Catherine Booth (esposa do fundador do exército da salvação Willian Booth) observou em 1879, que quase todos os ministros cristãos estadunidenses, haviam se tornados abstênios.
Pr. Jonh Wesley - Fundador da Igreja Metodista
EUA e Inglaterra
Este movimento obteve maior êxito em 1919 com a décima oitava emenda da constituição dos EUA, que estabeleceu a proibição de venda e consumo de alcool no país inteiro, inclusive o seu consumo especialmente na ceia do Senhor. Esse posicionamento veio em virtude do segundo grande despertar, que enfatizava a santidade pessoal e o perfeccionista na praxis cristã. Esta emenda mais tarde foi revogada em 1933 pela vigésima primeira emenda.

Ao contrário do que pensamos grandes pregadores da palavra de D-US, eram adeptos do vinho, da cerveja ou até mesmo do cigarro.
A esposa de Martinho Lutero, Catarina Von Bora, fabricava cerveja para o marido;
João Calvino recebia quase sete barris de vinho, como parte de seu salário anual em Genebra;
Tanto João Calvino, quanto Martinho Lutero ensinavam que a igreja poderia usufruir de tudo, com moderação, como produto da graça de D-us, mas não poderia se deixar dominar por nenhuma delas, conforme o ensino de Saulo, em 1ª Corintios 6. 12b: Tudo me é lícito, mas, nem tudo me convém a fazer; Tudo me é permitido, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas.
Um grande pregador batista reformado Charlles Haddon Spurgeon, era um grande apreciador de charutos. Em um de seus sermões chegou a assumir que fumava charutos antes de suas pregações. Chegou a ganhar uma marca de charutos com seu nome.

Cerveja do pai da reforma(Martinho Lutero)
Vinho feito para João Calvino
Charles Haddon Spurgeon - o príncipe dos púlpitos
como era conhecido

USOS E COSTUMES NO PENTECOSTALISMO BRASILEIRO

O movimento de temperança enraíza-se principalmente nas Assembleia de Deus no Brasil e Congregação Cristã no Brasil (igreja do véu) e no início dos anos 60 do século XX, na Igreja Pentecostal Deus é Amor. A CCB é a primeira igreja pentecostal a ser aberta em solo brasileiro no estado do Paraná, com isso trouxe também e aplicou aqui o movimento da temperança.

Luigi Francescon Fundador da Congregação Cristã do Brasil
e sua esposa Catherine
Dentro das Assembleias de Deus, os costumes não se dá de forma institucional, mas verbalizadas pelos líderes locais. Ocorreu vários debates sobre tais maneiras comportamentais de indivíduos pentecostais serem inseridos no mundo, acarretando em muitas vezes em debates e até rompimento de pastores divergentes a essas questões, entre os anos de 1930 a 1975. Essas questões eram personalista, ou seja, cabia ao líder ou pastor local a decisão entre comportamentos a serem seguidos pelo rebanho ou seus liderados, fazendo com que muitos aderissem ao radicalismo; foi o caso do presbitério da Assembleia de Deus de São Cristóvão / RJ (também fundada por Gunnar Vingreen em 1924), que o Pastor Otto Nelson(também sueco), estabeleceu regras rígidas e proíbicistas sobre vestuário e cortes de cabelos femininos, onde ficou registrado na primeira quinzena de Julho de 1946 no jornal " O MENSAGEIRO DA PAZ".

Pr. Otto Nelson
Na convenção das Assembleia de Deus realizada no Recife / PE, no mesmo ano, exigiu-se de todos da convenção carioca retratação, por parte dos convencionais, de tais regras, que inferiorizava-se as mulheres no ponto de vista masculino. Já próximo do fim da convenção o também sueco Missionário e Pastor Samuel Nystron, publica um texto, que seu título era: "DANDO LUGAR A OPERAÇÃO DO ESPÍRITO".  O missionário abre o seu discurso citando o livro do profeta Zacarias capítulo 4 verso 6 que diz:
"Não por força, nem por violência, mas pelo Espírito diz o Senhor dos Exércitos." No mês de Janeiro do ano seguinte a convenção, em 1947, a convenção carioca, retrata-se sobre o ocorrido, fazendo com que essas questões não sejam mais citadas por um bom período, vindo a ser tocado no assunto anos mais tarde.

Após de 16 anos, a tendência volta a ser citada e discutida em final de 1962 a início de 1963. Coincidente ou não, é exatamente nesse ano, em 1963, que um homem foi consagrado pastor, e fundou a Igreja Pentecostal Deus é Amor o então Missionário David Martins de Miranda. Esta igreja tem uma regulamento interno, tão rigoroso, quanto às demais citadas.

David Martins de Miranda - Fundador da Igreja Pentecostal
Deus é Amor Vila Maria / SP
No ano de 1975 durante a vigésima segunda reunião da convenção da CGADB, realizada em Santo André (SP), é publicada uma resolução, contendo oito restrições comportamentais (OCTÓLOGO), de observância obrigatória para os membros das Assembleia de Deus. Neste ano a CGADB (Convenção Geral das Assembleia de Deus no Brasil) era presidida pelo Pr. Túlio Barros Ferreira, que também era pastor da Assembleia de Deus de São Cristovão / RJ(COINCIDÊNCIA, NÃO?), que direcionou o então Pr. Geziel Nunes Gomes, para ler a resolução:
Pr. Túlio Barros
A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, reunida na cidade de Santo André, Estado de São Paulo, reafirma o seu ponto de vista no tocante aos sadios princípios estabelecidos como doutrinas na Palavra de Deus - a Bíblia Sagrada - e conservados como costumes desde o início desta obra no Brasil. Imbuída sempre dos mais altos propósitos, ela, a Convenção Geral, deliberou pela votação unânime dos delegados das igrejas da mesma fé e ordem em nosso país, que as mesmas igrejas se abstenham do seguinte:

1. Uso de cabelos crescidos, pelos membros do sexo masculino; 
2. Uso de traje masculino, por parte dos membros ou congregados, do sexo feminino;
3. Uso de pinturas nos olhos, unhas e outros órgãos da face; 
4. Corte de cabelos, por parte das irmãs (membros ou congregados);
5. Sobrancelhas alteradas;
6. Uso de mini-saias e outras roupas contrárias ao bom testemunho da vida cristã;
7. Uso de aparelho de televisão – convindo abster-se, tendo em vista a má qualidade da maioria dos seus programas; abstenção essa que justifica, inclusive, por conduzir a eventuais problemas de saúde;
8. Uso de bebidas alcoólicas.


Pr. Geziel Nunes Gomes













Quem gosta de defender tais proibições citadas, agarram com unhas e dentes textos isolados para assim criar uma doutrina, não lendo o contexto fazendo um pretexto, forçando a interpretação do texto para massagear seus egos.

Vamos a 1ª carta Apóstolo Saulo direcionada a Timóteo (2. 8-10), em meados do ano 64 d.C., que ele escreveu o seguinte:
Quero (Saulo), pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem discussões.
Da mesma forma quero (Saulo) que as mulheres se vistam modestamente, com decência e descrição, não se adornando com tranças, nem ouro, nem pérolas, nem roupas caras, mas com boas obras como convêm as mulheres que professam adorar a D-US.
Essa carta foi direcionada a Timóteo, um jovem líder na cidade de Éfeso, uma cidade progressista, rica e idólatra. Seu comércio girava em torno da manipulação do ouro. Esta cidade tinha como sua principal deidade, Diana (deusa da fertilidade). Esta era uma cidade que tinha um alto nível cultural, principalmente dos estoicos e epicureus (filósofos que contendiam com Saulo em Atenas At. 17.18). Os epicureus ensinavam que o prazer seria o sumo bem para os homens. Os estoicos era o inverso, pregavam que o prazer nunca deve ser o motivo para nossos atos. Zenão de Cítio, fundador desta seita, aconselhava seus discípulos a dominarem seus prazeres, para resistirem a influências externas. A insensibilidade desta seita era tão grande, que assemelhava-se a dureza. O propósito de Saulo ter inscrito os versículos acima citados, foi exatamente para que os seguidores do caminho, não se vestissem de maneira igual com as outras moradoras daquela cidade, que adoravam a deusa Diana, com seus adornos, tranças, pérolas e roupas extravagantes, no intuito de despertar a sensualidade, para que assim não fossem confundidas com as discípulas do santuário da fertilidade.
Vamos agora a 1ª carta do Apóstolo Pedro, que foi inscrita para os seguidores do caminho naquela região (Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia), no capítulo 3 verso 1. Na versão grega deste texto, diz:
Mulheres, seus compromissos não devem ser externo com ouro, vestimentas caras, frisar de cabelos, mas com coração puro ao seu marido. 
na versão em português
Semelhante vós mulheres estejam sujeitas a vosso maridos, afim de que se alguns deles, não obedecem à palavra, seja ganhos sem palavras, pelo proceder de sua mulher, observando sua CONDUTA HONESTA e RESPEITOSA DE VOCÊS.
A beleza de vocês não deve estar nas tranças em seus cabelos, jóias de ouro, roupas finas, ao contrário, esteja no seu interior que não perece, beleza mostrada em um espírito dócil(mansidão) e tranquilo(paz).
Em momento algum vemos Pedro proibindo, mas, alertando as mulheres a serem submissas ao seus maridos, porém, não submissas aos costumes pagãos deles (frequentantes do templo de Diana), mas viverem uma submissão, com finalidade cociente de conquistar seus maridos ainda rebeldes, a palavra de D-US. Pedro escreveu esta carta, para mesma região que Saulo, em diferenças apenas de alguns meses. Neste capítulo, vemos que Pedro vem falando aos esposos e esposas, marido e mulher. Não devemos forçar o texto, para simplesmente defender nossos caprichos, assim sendo feito e ensinado, torna-se-á heresia. 
Ao contrário do que muitos pensam, não são apenas as igrejas pentecostais que teve seus exageros na história. As igrejas tradicionais(como são conhecidas) Batistas e Presbiterianas, também tiveram. Há casos de que um simples jovem por nome Luiz de Carvalho, que por que tocava um simples violão, dentro da igreja, este recebeu exclusão temporária da Convenção Batista Brasileira. Outro caso ocorreu na Alemanha com o músico Johann Sebastian Bach que foi obrigado a conter sua criatividade diante do estilo simplório de música, imposto pela corte do príncipe calvinistia Leopoldo de Anhalt-Kothen.

Outro grande exemplo, é que as batistas regulares, não aceitam o instrumento de percussão (bateria por exemplo), ou seja, há fundamentalismo não somente em igrejas pentecostais, mas também nas tradicionais.

Houve uma época em que até mesmo a igreja católica, não aceitava que as mulheres fossem a missa de bermuda, blusas sem manga, roupas transparentes, etc., quem assim fosse, não receberia a hóstia (comungava). Assim vemos que o zelo exacerbado, não parte apenas das igrejas pentecostais, mas de outras igrejas cristãs também.

O apóstolo Saulo escrevendo aos Coríntios no capítulo 15 e versículo 33b, ele diz:
...as más conversações (companhias) corrompem os bons costumes.

Esse texto, o apóstolo vinha exortando a igreja contra algumas doutrinas heréticas da época. Estes ensinos, da não crença da ressurreição, que alguns seguidores do caminho estavam sendo persuadidos por falsos mestres, que aparentavam grande sabedoria, e refutava os ensinos de Jesus.

Em momento algum o apóstolo Saulo fala em usos como sendo de roupas, joias, cortes de cabelos dentre outros, aqui os bons costumes que Saulo nos apresenta, é o verdadeiro ensino, que JESUS era o filho de D-US, esse era o costume que ele (Saulo) estava defendendo.


CONSIDERAÇÕES


Os usos e costumes, não foram feitos para salvação, mas sim para se ter uma identidade, para ser mostrada como deve ser a conduta de uma sociedade que diz-se acreditar em um D-US, mas que não obedece aos seus ensinamentos; assim como uma judia usa o véu sobre a cabeça, um judeu usa-se a Kipáh, porém, estes sabem o porque de seu uso e de seu costume em usá-lo. E aqui tento esclarecer um pouco de como e para qual finalidade foram implantados os usos e costumes nas Assembleia de Deus no Brasil.


Nenhum cristão autêntico, que carregue as marcas de cristo em seu coração, por mais eclético que este seja, não irá defender a LIBERTINAGEM, tais como embriaguez, prostituições, roupas que despertem a sensualidade, vícios (dependência de algo), afinal, ter cuidado com o corpo, se vestir bem (sem extravagância) não é pecado.

Ora, se somos templo de D-us e o Espírito dele habita em nós (1ª Coríntios 3.16), mais um motivo para obtermos ainda mais cuidado (vaidade) com o nosso corpo.

Deixarei uma citação do sueco, e um dos pioneiros desta maravilhosa obra denominada Assembleia de Deus no Brasil, o Pr. Lars Erick Samuel Nystron, com total apoio dos Missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren,  pronunciou resposta a Assembleia de Deus São Cristovão / RJ, na Convenção do Recife, refutando as proibições por ela impostas e que se perdura até os dias de hoje não somente lá, mas, em nossas igrejas atuais:

Em qualquer tempo, lugar ou circunstância, devemos lembrar-nos que não se consegue fazer a obra do Senhor por força nem por meios violentos, resoluções ou imposições, mas a obra do Senhor se realiza pela intervenção criativa de Deus e pela lei do crescimento externo da obra do Senhor, mas igualmente quando se tratar do crescimento interno desta, tanto individual como coletivamente.

Mesmo durante a Dispensação da Lei, a Lei não conseguiu outra coisa senão descobrir e pôr o pecado em atividade, tendo como resultado a morte (...) enquanto a fé não tinha vindo a Lei teve um alvo como pedagogo: conduzir homens a Cristo. Mas, tendo vindo à fé, não estamos mais debaixo do pedagogo (a Lei), e nem devemos fazer ressuscitar leis ou inventar outras leis para que não fiquemos no lugar dos gálatas, que foram chamados insensatos e a respeito dos quais Paulo temia que todo o seu trabalho se tornasse vão (...) Cristo veio com a graça e, então, a Dispensação da Lei se encerrou. Em lugar do mandamento prévio, que foi ab-rogado por sua fraqueza e inutilidade, pois 'a Lei nada fez perfeito', foi introduzida uma melhor esperança, pela qual nos chegamos a Deus: Cristo, que é nosso Sacerdote, segundo o poder de uma vida indissolúvel (...) Portanto, o que realmente tem valor para nós é ‘a fé que opera por amor’, por isso não nos justificamos pela Lei ou leis, para não sermos decaídos da graça e separados de Cristo (Gl 5.6).

As ordenanças para manifestar humildade e servidade com o corpo servem para satisfazer a carne, o erro, e elas com facilidade arranjam os que se julgam mais santos do que outros, e isto resulta em inchação vã e cria espírito de fariseu, que é o maior impedimento para as bênçãos de Deus.

Há muitos países e muitas formas de se trajar neste mundo, bem como muitos climas diferentes, e tudo isto deve ser considerado, mas como a Palavra de Deus diz: ‘com modéstia e sobriedade’. O que a Escritura ensina em relação a este assunto é que as mulheres devem ser castas e tementes a Deus, tanto as que são casadas como as moças (...) lembremo-nos também que há muitas outras coisas que são igualmente perigosas para a obra do Senhor, que só pelo Espírito Santo poderão ser removidas, como o amor ao dinheiro (...) o homem ostentado justiça própria, criticando tudo e todos, é um indivíduo perigoso para o avanço da unidade da obra do Senhor. 


BIBLIOGRAFIA


  • ARAÚJO, Isabel. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
  • DANIEL, Silas. Et al.  História da Convenção Geral  das Assembléias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2004;
  • Dicionário Adriano da Gama Kury;
  • Dicionário Aurélio Buarque de Holanda;
  • FONSECA, André Dioney. São Cristóvão e Santo André: os debates sobre a normatização dos usos e costumes nas convenções gerais das Assembléias de Deus no Brasil (1930-1980)
  • LOCKMANN, Bispo Paulo; CONSTANTINO, Zélia. Seguir a Cristo, manual de discipulado.



Bíblia Almeida Revista e Corrigida (ARC)
Bíblia Almeida Corrigida e Revista Fiel (ACRF)
Bíblia Almeida Revisada Imprensa Bíblica (ARIB)
Bíblias Ave maria e Jerusalém - Versão Católica (VC)
Bíblia Nova Versão Internacional (NVI)
Bíblia Sociedade Bíblica Britânica (SBB)
Bíblia Vida (BV)


PÁSCOA( pessâch)

O que significa a páscoa? Como foi a primeira comemoração?


Segundo a tradição judaica, há mais de quatro mil anos, Abraão – o grande patriarca dos judeus – era um dos habitantes da cidade de Ur. Nessa época, toda aquela região era tomada por religiões politeístas que prestavam rituais e as mais variadas homenagens a uma extensa gama de deuses. Foi nesse tempo que, seguindo ao chamado divino, este lendário patriarca abandonou a sua terra natal em busca de Canaã, a terra prometida aos que seguissem o chamado do único e verdadeiro D-US.

Atendendo ao chamado do seu D-US, Abraão alcançou a terra de Canaã e por lá fundou os primeiros descendentes do povo judaico. No entanto, um período de grande estiagem e falta de alimentos forçou os judeus a se transferirem para o Egito em busca de melhores condições de vida. Após uma chegada relativamente amistosa, os hebreus acabaram sendo transformados em escravos dos egípcios e, desse modo, estiveram subjugados durante um bom tempo.

Em tempos de opressão, o governo egípcio ordenou certa vez que toda a população de bebês hebraicos fosse exterminada. Foi nessa época que o jovem Moisés escapou desse terrível decreto ao ser colocado em um cesto que vagueou pelas águas do rio Nilo. Encontrado pela filha do faraó, o jovem acabou sendo criado como um dos súditos da família real. Ao atingir a idade adulta, D-US teria surgido em um arbusto ordenando que ele promovesse a libertação definitiva dos judeus do Egito.

Negando-se a atender ao pedido divino, o faraó foi alertado que sua intransigência seria severamente castigada com o envio de dez pragas que assolariam a população egípcia. Após sofrer com tamanha maldição, o governo egípcio permitiu que os hebreus saíssem daquela terra e voltassem até Canaã. Ao conseguirem tamanha proeza, os judeus determinaram aquela data como uma das mais importantes de seu calendário religioso.

Conhecida como PESSACH, a Páscoa Judaica celebra a libertação do Egito e reitera o laço para com o D-US que teria possibilitado a execução daquela memorável vitória. Ao longo do tempo, observamos que essa celebração vai ganhando contornos mais estáveis e se aproximando dos eventos e rituais que hoje marcam tal celebração. Para alguns estudiosos, a celebração de tal evento foi crucial para que a comunidade judaica preservasse seus laços nos mais diferentes lugares em que viveram e ainda vivem.

Na noite de celebração da páscoa, as casas devem estar limpas e arrumadas, e todo um conjunto específico de talheres é utilizado na celebração. Além disso, qualquer tipo de alimento fermentado tem o seu consumo proibido. No dia antes do pessach, a família deve jejuar em homenagem aos primogênitos que não foram atingidos pela última das maldiçoes egípcias. Daí, em diante várias refeições e narrativas são intercaladas como forma de se reforçar o significado da páscoa para os judeus.

Cada um dos alimentos empregados relembra a experiência que os judeus tiveram no tempo em que viveram no Cativeiro do Egito, as dez pragas impostas e os milagres divinos que os retiraram daquele lugar. Em diversas ocasiões, vemos que a participação das crianças reforça o ideal de renovação das tradições e sugere que elas internalizem o significado daquela solenidade.

SÍNDROME DO PAPAGAIO

Papagaio Verdadeiro (ave pertencente a fauna
brasileira, conhecido como louro)

Há um livro editado pela CPAD (Casa Publicadora das Assembleia de Deus), escrito por Ciro Sanches Zibordi, Co - Pastor da Assembleia de Deus ministério de Cordovil - RJ, que muito me despertou curiosidade e confesso, fui tentado a comprar. Comprei-o e recomendo a qualquer pessoa, quer seja cristão pentecostal quer seja tradicional.

Vemos que nas igrejas, principalmente as pentecostais, os fiéis ficam vislumbrados quando se escuta umas dessas frases que descriminarei logo mais. Retirei do livro, inclusive os comentários, e em alguns acrescentei outras inferências.

Vemos nas escrituras que D-us exorta-nos a buscar conhecimento em sua palavra, pois o salmista reconhecendo isto escreveu que lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos (Sl. 119. 105), o profeta Oséias escreveu: o meu povo(Israel)* estar sendo destruído por falta de conhecimento. Uma vez que rejeitaste o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que vocês ignoraram a lei do seu D-us, eu também ignorarei seu filhos (Os. 4. 6).

O próprio Cristo venceu ao demônio pelo conhecimento da palavra, pois o diabo usou a própria escritura pra confrontá-lo e JESUS o venceu-o por conhecer a palavra. (Cf. Mt 4.1-11, Lc 4. 1-13).

 O Apóstolo Saulo também advertiu-nos escrevendo a Igreja de Colossos: Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de D-us (Cl 1.10). Na carta aos Filipenses, Saulo faz um pedido e  escreve:
e peço isto em oração: que o vosso amor cresça mais e mais no pleno conhecimento e em todo discernimento para perceberdes o melhor (Fp 1.9); Veja que o apóstolo Saulo pede que a igreja na cidade de Felipos, adquiram amor ao conhecimento.

Então Sigamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR. (Os 6.3a)
Só o conhecemos através de sua palavra.

A SÍNDROME DO PAPAGAIO
Você já percebeu como as pessoas gostam de repetir o que os outros falam? Não vou lhe dizer que essa prática seja imprópria, mas é bom conferir tudo o que se ouve, para evitar situações constrangedoras... Na famosa igreja de Beréia, os cristãos recebiam de bom grado as pregações. Mas não as recebiam como verdades bíblicas sem antes conferir nas Escrituras (At 17.11).

Essa síndrome do papagaio se verifica nos diversos versículos “novos” que alguns pregadores insistem em repetir. Ouviram alguém, um dia, pronunciar um desses versículos e começaram a citá-los como verdade, sem, antes, ter o cuidado de confirmar a sua autenticidade bíblica.

Vou aqui redigir várias “pérolas” que muitos repetem pensando ser versículos bíblicos... Você está curioso para conhecê-las? Quer saber se tem empregado alguma? Vamos começar:

“A voz do povo é a voz de D-US”

Ouvi um pregador citando essa frase antibíblica e extrabíblica, oriunda do latim vox populi, vox Dei, como se fosse bíblica! Quando Jesus andou na terra, a opinião do povo a seu respeito era variada. Uns o consideravam pecador (Jo 9.16) ou endemoninhado (Mt 12.24), e outros criam que ele era um profeta (Mt 16.13,14). Enquanto isso, a voz de D-US ecoava: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17).

O povo de Israel queria um rei para governar lhes, assim como as outras nações e pediram pra ser instituído um rei. Rei este escolhido pelo povo, Rei Saul (I Sm 8. 1-22; I Sm 9. 2,17,21 e 22; 10. 1, 6,7,17-25; 11. 13 e 15; 12. 1,13,17 e 19) vejam que quem pediu um rei foi o povo. Porém, O rei Saul fez o que era errado, ofereceu sacrifícios e ofertas pacíficas, desobedecendo e tomando a frente do sacerdote.

Sendo assim podemos concordar esta frase? Como a voz do povo pode ser a voz de D-US?

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”

Esse provérbio popular alude à persistência. Trata-se de um bom pensamento, mas extra bíblico! Devamos ter cuidado. Conquanto não apareça nas páginas sagradas, realça o princípio da perseverança na oração (Mt 7.7,8; Lc 18.1-8). Isso, porém, não nos autoriza a citar a frase como se fosse um versículo inspirado da Palavra de Deus.

“Até 1000 irá; de 2000 não passará”

Essa frase já virou história... Muitos “profetas da última hora”, especificament os até os anos 90, a usaram para alertar acerca da iminente volta de Cristo, antes ou durante o ano 2000. Mas o que a Bíblia realmente diz acerca da vinda de Jesus? As palavras de Cristo quanto ao Arrebatamento da Igreja são mais do que claras: “... daquele dia e hora ninguém sabe...” (Mt 24.36; At 1.7; I Ts 5.1 e II Pe 3.8).

Quando eu era criança vi incansáveis pregadores, citando esta frase no púlpito da igreja que frequentava no bairro de Nova Descoberta em Natal/RN, e alguns forçavam determinados textos da Bíblia, para provarem seus argumentos.

“Da semente da mulher levantarei um que esmagará a cabeça da serpente”
É comum ouvir pregadores citando essa frase como sendo a primeira promessa com relação à obra redentora de Jesus. Mas essa promessa não aparece nas Escrituras. Em Gênesis 3.15, D-US disse para Satanás, personificado em uma serpente: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente (da serpente) e a sua semente(da mulher); esta(a mulher, simbolizando a raça humana) te ferirá a cabeça e tu(a serpente) lhe ferirás o calcanhar(ataque somente rasteiro, por baixo)”.
É importante observar que o texto bíblico não usa o verbo “esmagar” e sim “ferir”. De acordo com a Palavra de D-US, o inimigo ainda não foi esmagado, isto é, derrotado por completo. Ele já está julgado (Jo 16.11), e, na cruz, Jesus o feriu (Cl 2.14, 15). Entretanto, “... o D-US de paz esmagará em breve Satanás debaixo de vossos pés” (Rm 16.20). Veja que Saulo diz que satanás por completo será esmagado e não só a sua cabeça como os pseudo pregradores falam.

“D-US cegou os entendimentos dos incrédulos”

É sério! Ouvi um pregador dizendo isso... Mas não foi D-US quem cegou o entendimento dos incrédulos! A Bíblia diz: “... o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (II Co 4.4). Esse “deus” é o diabo, e não o D-US verdadeiro que ilumina os que estão em trevas (Jo 8.12; I Jo 1.7).
Podemos afirmar com veemência que quem cegou foi o deus deste século, que é atribuído ao diabo.

“Diga-me com quem tu andas, e eu te direi quem és”

Clássica, não?
Quantos pregadores, dirigentes de círculos de oração, ou até mesmos amigos mesmos, não usam essa frase como versículo... Alguém já chegou a dizer acerca dele: “- Não está na Bíblia? Então devia estar!” Bem, a Bíblia apresenta versículos parecidos, que podem ser usados em lugar da frase em questão: “O homem violento persuade o seu companheiro, e guia-o por caminho que não é bom” (Pv 16.29); “Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus. Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo” (Pv 4.3,14).
Em nenhum momento o autor do livro coagita-nos a afirmar quem são nossas companhias, porém, adverte-nos do homem violento, ímpio, iracundo.

“É dando que se recebe”

Essa conhecida frase é extra bíblica, mas não chega a ser anti bíblica. Ela confirma as palavras de Jesus em Lucas 6.38. Não deve, porém, ser usada como um versículo bíblico inspirado. O pregador só deve usar a frase “A Bíblia diz” ou "asim estar escrito" quando for citar uma passagem sagrada. Caso contrário, deve deixar claro aos ouvintes que se trata apenas de uma boa frase.

“Esforça-te, e eu te ajudarei”

A expressão “Esforça-te” aparece 12 vezes na Bíblia, mas nunca acompanhada da frase “Eu te ajudarei”. Observe: “Esforça-te, e tem bom ânimo” (Js 1. 6,7,9,18; I Cr 22:13; 28:20); “Esforça-te, e esforcemo-nos” (I Cr 19.13); “Esforça-te, e faze a obra” (I Cr 28.10); “Esforça-te, e clama” (Gl 4.27). No plural, ela aparece oito vezes, sem o complemento citado (Nm 13.20; Js 10.25; 23.6; I Sm 4.9; II Sm 13.28f; II Cr 15.7; Sl 31.24; Ag 2.4). Apesar disso, não há dúvida de que o Senhor ajuda os que se esforçam.

“Eu venci o mundo, e vós vencereis”

É claro que através da vitória de Cristo todos os seus seguidores autênticos, nascidos de Deus (1 Jo 5.4), se tornam mais do que vencedores (Rm 8.37). Não obstante, as palavras de Jesus ditas no evangelho segundo escreveu João 16.33 foram apenas: “Tenho-vos dito isto para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” O complemento “e vós vencereis” é um acréscimo às palavras do Mestre, prática que ele mesmo proibiu (Ap 22.18 e 19). O apóstolo Saulo, já advertia a igreja que estava na região da Galácia, quando os escreveu sua carta aos Gálatas 1. 6-9.


“Fazei o bem sem olhar a quem”

Essa frase é uma distorção de Gálatas 6.10: “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”. O cristão deve fazer o bem, pois ele tem a bondade, um dos elementos do fruto do Espírito (Gl 5.22). Mas fazer o bem “de olhos fechados” pode ser perigoso.
Aqui Saulo pede que devamos ajudar a todos, quer conheçamos, quer não. Mas também nos adverte principalmente aos domésticos na fé, que são aqueles que conhecemos, convivemos, sabemos suas necessidades, evitando assim decepções e constrangimentos.
Existem muitos vigaristas (é este o nome mais apropriado) dizendo-se missionários ou pastores. Eles sempre contam casos tristes para aplicar os seus golpes, e os irmãos bondosos, por não olharem a quem estão ajudando, acabam sendo lesados. Cabe-nos ajudar as pessoas comprovadamente necessitadas: “Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra” (Dt 15.11).

“Jesus é o Médico dos médicos”

Essa é velha, até em orações por cura divina escutamos esse jargão: “tu Jesus és o Médico dos médicos”. Nas Escrituras, não existe esta menção. Jesus é chamado de Senhor dos senhores e Rei dos reis (Ap 17.14). Em nenhum lugar ele é chamado de Médico dos médicos. A expressão hebraica que demonstra o seu poder de curar os enfermos é “Yahweh-Roph´eka”, que significa “O Senhor que te sara”, também traduzida como: “O Senhor, teu Médico” (Êx 15.26). Essa passagem fala do povo de Israel quando atravessou o mar vermelho, murmuravam incessantemente, mas D-US disse que se o povo ouvisse a sua voz, fizesse o que era reto aos seu olhos, ouvisse os seu mandamentos e guardasse seus estatutos, nenhuma enfermidade chegaria a casa de Israel. E se chegasse ele sararia.

“Mente vazia é oficina do diabo”

De fato, a pessoa que não ocupa a sua mente com as “coisas que são de cima” (Cl 3. 1,2) acaba ficando vulnerável aos ataques do adversário. Como ser espiritual, ele tem influência sobre a mente dos incrédulos (II Co 4:4; Ef 6.17). Segue-se que a frase é apenas apropriada para ilustrar o papel do diabo como tentador, não devendo ser usada com um versículo sagrado.

“Não cai uma folha de uma árvore sem a vontade de Deus ou que D-US não permita”

A Bíblia mostra claramente que Deus é o Controlador da natureza. Em Isaías 40. 12-31, vemos como ele tem o Universo em sua mão e faz o que lhe apraz. Apesar disso, a frase em questão não é um versículo bíblico!
Podemos aludir essa frase dizendo que todo o poder é dele pois foi ele quem tudo criou. Só sabe como funciona determinada obra, quem a esta criara.

“O amor encobre uma multidão de pecados”

Essa frase possui um acréscimo sutil, capaz de torcer a mensagem bíblica. Encobrir significa esconder, ocultar. E, de acordo com a Bíblia, “O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará” (Pv 28. 13). É preciso atentar para o que realmente as Escrituras dizem: “... o amor cobrirá uma multidão de pecados” (I Pe 4. 8).
Dentro do contexto bíblico, cobrir significa perdoar. E a diferença entre cobrir e encobrir pecados é vista principalmente no Salmo 32. “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto” (v. 1); “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri” (v. 5).

“O cair é do homem, mas o levantar é de D-USSSXXX

Essa ainda escuto quase que todos os dias. Basta uma pessoa amiga deslizar, que de imediato essa frase é pronunciada nos púlpitos. Quando esta frase é pronunciada a igreja quase que em uníssono vai aos delírios. É de se pensar que os irmãos vivem caindo. Aqui nos mostra o quão essas pessoas são frágeis na sua fé.
Quem a usa tenta demonstrar que a pessoa caída não precisa se preocupar. Deus a levantará em tempo oportuno. Entretanto, se o homem não tomar uma posição, levantando-se, tal como a parábola do filho pródigo, Deus não o socorrerá (Lc 15:17-24). Não vemos nenhuma passagem bíblica assim dizendo que se o homem cair D-US o levantará. "Sete vezes cairá o justo, e se levantará..." (Pv 24.16a). "Levanta-te, toma teu leito, e anda." (Jo 5. 8). "na cura dos dez leprosos, Jesus ordenou ao que viera agradecer-lhe: levanta-te, a tua fé te salvou." (Lc 17. 19). "Então me levantei e fui para a planicie.E lá estava a Glória do Senhor, Glória como a que havia visto junto ao rio Quebar. Prostrei-me rosto em terra, mas o Espírito entrou em mim e me pôs em pé: E Ele me disse:..." (Ez 3. 22 e 23) Algumas versões diz que Ezequiel caiu com rosto em terra. Vemos em todas as passagens que D-US ordena ao homem levantar-se sozinho. Mais nunca D-US o levantar.

Atentemos mais para o conhecimento.

O texto de Tiago 4. 8 mostra que o primeiro passo deve ser dado pelo homem. A Bíblia não diz: “Quando Deus se chegar a ti, chega-te para ele”. O homem precisa querer, desejar se chegar a D-US. Em toda a Escritura, observa-se que D-US convida o homem a se levantar, pois o cair é do homem, e o levantar também é do homem (Pv 24. 16; Ef 5. 14)!

“O dinheiro é a raiz de todos os males”

Às vezes, por não lerem a Bíblia com atenção, alguns pregadores caem no erro de omitir parte dos versículos bíblicos, gerando confusão. O dinheiro é importante e precisamos dele para a nossa manutenção. O errado é pôr o coração nele (Mt 6. 19-21). É por esse motivo que Saulo não condenou o dinheiro, mas sim a ganância e a avareza: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores ou sofrimentos” (I Tm 6.10).
Aqui O apóstolo Saulo diz que é o amor ao dinheiro e não o dinheiro como muitos que são contra e refutam certos ensinamento bíblicos, taxando quem os ensinam de teologos da prosperidade financeira.
Certa vez vi uma frase um tanto rude e grotesca, em um caminhão, mas vi que há um fundamento:
Se dinheiro não traz felicidade, dê-me o seu, e vá ser feliz!

“O pouco com Deus é muito”

Há pregadores citando também essa frase como se fosse bíblica. É verdade que a matemática de Deus é diferente, pois quanto mais se tira tanto mais é acrescentado (Pv 11:24). Todavia, conquanto a frase em questão seja correta, ela não está registrada no Livro Sagrado. Assim não podemos dizer: pois estar escrito na Bíblia...

“Os viciados não herdarão o reino de Deus”

A palavra “viciado” se aplica à pessoa que possui qualquer tipo de vício (do latim vitiu, tendência habitual para o mal). Mas a Bíblia não condena de forma explícita os viciados, como ocorre neste pseudo versículo bíblico. Alguém poderá perguntar: “Se a Bíblia não condena especificamente o cigarro ou algum tipo de droga, eu tenho permissão para usá-los?”

Quando o cânon do Novo Testamento foi encerrado, ainda não havia o cigarro nem as drogas conhecidas hoje, não havendo razão para os escritores neotestamentários condená-los de modo específico. Contudo, está claro nas páginas sagradas que os que destroem o corpo, independentemente da maneira como o fazem, não herdarão o reino de Deus (I Co 6. 10-20; Gl 5. 19-21). Ademais, Zofar alertou: “Porque ele [D-US] conhece os homens vãos, e vê o vício; e não o terá em consideração?" Jó 11. 11.

 “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”

Essa frase, empregada para enfatizar a justiça de Deus, não está registrada na Bíblia Sagrada. É uma deturpação das palavras de Jesus ditas a Pedro, em Mateus 26. 52: “Mete no seu lugar a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada á espada morrerão”. "Olho por olho, dente por dente; mão por mão, pé por pé." (Ex 21. 24) Assim dizia a lei de Moisés.

“Quem dá aos pobres, empresta a Deus”

Usada principalmente pelos católicos romanos, essa frase já está nos lábios de alguns cristãos. Também essa frase ouvimos muito, quando pessoas nos vem pedir esmolas, sempre usam essa frase.

Todavia, o versículo bíblico que mais se aproxima de tal afirmação é Provérbios 19.17: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício”. Alguém dirá: “Mas não é a mesma coisa?” Não! Pois o versículo bíblico diz compadece e não quem dá!
Compadecer significa ajudar, auxiliar, ter compaixão, penalizar-se, sentir-se na pele do próximo. Em nenhum momento usa-se o verbo dar. Lógico que não vamos ser mesquinhos, egoístas. Se tivermos algo e sabemos que outrem não tem, compadecemos deste e o auxiliamos, ajudando-o no que lhe for necessário estando ao nosso alcance.

“Quem não vem pelo amor, vem pela dor”

É verdade que muitas pessoas, depois de passarem por uma dolorosa experiência, entendem a vontade de Deus (Dn 4. 30-37; At 9). Vemos também na parábola do filho pródigo que foi contata por JESUS (Lc 17. 17-24). Entretanto, isso não é uma regra. Existem pessoas que nem mesmo pela dor se arrependem (At 12.23). Por isso, a Palavra de Deus alerta: “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura” (Pv 29.1).

“Vinde como estás”

Jesus recebe o pecador arrependido na condição em que está. Todavia, a frase em questão não está registrada nos Evangelhos, apesar de ser usada com frequência por muitos pregadores. Em seu lugar, pode-se usar um versículo bíblico autêntico, como Mateus 11. 28: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.

Pau que nasce torto, morre torto, é mentira do diabo. É por que ele ainda não se encontrou com Jeováh ou Jesus


Já escutei demais. Há alguns que dizem até com o marceneiro Jeová, outros dizem com Jesus o filho do carpinteiro.

Analisemos se é mentira do diabo, ou se realmente estar escrito. Em Eclesiastes 1. 15 estar escrito assim: "Aquilo que é torto não pode se endireitar. O que se estar faltando não pode ser calculado." Veja que em nenhum momento o rei Salomão diz pau ou madeira ou árvore, diz aquilo. Aquilo a quem o rei estava relacionando não sabemos com precisão do que se tratava, mas podemos presumir que fosse algo que seus olhos estivessem contemplando. Todo o texto, o rei Salomão vem declarando o que os olhos contemplando, em observação a natureza. Portanto não é mentira do diabo, pois, estar escrito, não que seja pau, mas que algo que é torto. Há a confirmação em Eclesiastes 7. 13 que diz:
"Atenta para a obra de D-us: Pois quem poderá endireitar o que Ele fez torto?"

Aqui conclui-se que se porventura D-us formou uma árvore e esta entortou, foi D-us quem assim a fez, sendo assim, não há quem possa endireitá-la.

Podemos afirmar que a frase seria mais correta se fosse: O que nasce torto morre torto.

“Alegrem-se irmãos. Dê glória, dê glória, dê glória. Adore, adore, adoooooore. Por que diante dele, até a tristeza salta de alegria.
Vejamos se realmente estar escrito no Livro Sagrado se é diante de D-US ou de seu filho Jesus, ou até por intermédio de seu Espirito Santo, que a tristeza salta de prazer ou alegria:
Livro de Jó(18º livro na versão protestante e 22º na versão católica) Capítulo 41 e versículo 22.

Biblia Almeida Revista e Corrigida (ARC)
No seu pescoço reside a força; Diante dele até a tristeza salta de prazer.

Bíblia Almeida Corrigida Revista Fiel (ACRF)
No seu pescoço reside a força; Diante dele até a tristeza salta de prazer.

Bíblia Almeida Revisada Imprensa Bíblica (ARIB)
No seu pescoço reside a força; E diante dele anda saltando o terror.

Bíblias Ave Maria e Jerusalém - Versão Católica (VC
No seu pescoço reside a força; Diante dele salta o espanto.

Bíblia Nova Versão Internacional (NVI)
Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai adiante dele.

Bíblia Sociedade Bíblica Britânica (SBB)
No seu pescoço reside a força; E diante dele anda saltando o terror.

Se formos analisar o texto por completo, saberemos que em nenhum momento a tristeza salta de alegria na presença de D-US. Veja de que D-US estar nos mostrando a fraqueza humana diante do resto da criação, tanto que ele apresenta uma criatura; resta saber se essa criatura apresentada no texto, é uma animal ou se estão sendo aludido a um mito. Vamos ficar que seja animal, pois bem, o Leviatã (livyathan) segundo a versão revista e atualizada, cogita sobre a identidade desta besta ao crocodilo, por ser ele um animal muito feroz e poderoso, o qual o homem não conseguiu domesticar, é inabordável.
Todo este texto Jó vem mostrando esse animal, o Leviatã, e comparando que se ele não pode medir suas forças com uma criação de D-US, sendo ele criatura feita também por D-US, como ele (homem) irá medir a sua força com D-US? Como pode ele esperar contender com o próprio D-US?
Então Jó disse que até diante do crocodilo é que a tristeza saltaria de prazer e não na presença de D-US.

Portanto, não sejamos como o papagaio, que repete, repete, repete... Sejamos como os bereianos, que examinavam nas Escrituras tudo o que ouviam. Afinal, Saulo escreveu: “Examinai tudo. Retende o que é bom” (I Ts 5. 21).

II Coríntios 4.2 Pelo contrário, rejeitamos as coisas ocultas, que são vergonhosas, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de D-US; mas pela manifestação da verdade, nós nos recomendamos a consciência de todos os homens diante de D-US.

Bibliografia:
*Oséias e Amós profetizaram para o reino de Israel(reino do Norte formado por 10 tribos Ruben, Simeão, Levi, Zebulon, Issacar Dã, Gade, Naftali, Efraim e Manassés[de José]), enquanto que Isaías e Miquéias profetizaram pra o reino de Judá(reino do sul formado por 02 tribos Benjamim e Judá);

Erros que os pregadores devem evitar. Zibordi, Ciro Sanches. Casa publicadora das Assembleia de
Deus no Brasil. 2005 SP;

Bíblia Almeida Revista e Corrigida (ARC)
Bíblia Almeida Corrigida e Revista Fiel (ACRF)
Bíblia Almeida Revisada Imprensa Bíblica (ARIB)
Bíblias Ave maria e Jerusalém - Versão Católica (VC)
Bíblia Nova Versão Internacional (NVI)
Bíblia Sociedade Bíblica Britânica (SBB)
Bíblia Vida (BV)